quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

“Haverá Gritos com Tambores…” Bateria?


“Haverá gritos com tambores, música e dança…”. Esta frase faz parte da citação mais usada nos comentários feitos pelos internautas que leram artigo de Michael Tomlinson: “Música Contemporânea Cristã é Música CRISTÔ. Foi escrita por Ellen White. E do jeito que está sendo colocada, faz surgir questionamentos assim: “Se a igreja usa instrumentos de percussão, ela está de acordo com a Bíblia? Caso a resposta seja ‘sim’, então Ellen White teria ido contra as Escrituras, com sua citação sobre tambores no texto de Mensagens Escolhidas, volume 2, página 36?”. É sobre isto que você vai ler aqui.

Começando do Começo

Foi Deus, o Criador da música, quem criou, também, os tambores. Ezequiel 28:13 (Almeida, Revista e Corrigida), comentando sobre a criação e o ministério celestial pré-queda de Lúcifer, diz: “Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados.” Segundo Siegried J. Schwantes, em seu livro “Comentário Sobre o livro de Ezequiel” comentaristas cristãos, desde o início, viram nesta descrição do rei de Tiro uma descrição velada de Lúcifer. O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (nas próximas vezes sempre citado como SDABC), apoiando-se no Espírito de Profecia, menciona que uma vez que aqui está falando de instrumentos musicais, “isto relaciona-se a Lúcifer, que foi o diretor dos corais no Céu”. E dentro do próprio texto de Ezequiel contra Tiro é possível identificar que ele está realmente reportando-se, também, a itens musicais (Ezequiel 26:13).

Para a palavra “tambores” que aparece em Ezequiel 28:13, no original hebraico a palavra é “toph”, que significa literalmente “pandeiro” ou “tamborim”. O SDABC explica que trata-se de um tamborzinho portátil. É a mesma palavra usada para designar o instrumento que Miriam usou no canto de louvor ao Senhor após a travessia do Mar Vermelho (Êxodo 15:20), os instrumentos usados pelos profetas de Deus por ocasião da unção e do batismo do Espírito Santo recebidos pelo primeiro rei de Israel (1Samuel 10:15), o instrumento que Davi usou perante o Senhor sem receber dEle reprovação nenhuma (2Samuel 6:5), o instrumento que os filhos de Asafe recomendam usar no louvor ao Senhor (Salmo 81:2) e também o que o salmista recomenda usar no louvor que acontece “na assembléia dos fiéis (Salmo 149:3 e 2)”. Diante disso, como poderia Ellen White ter uma posição radical e condenatória em relação ao tambor, se esse instrumento musical foi criado num contexto sem pecado? Responderemos aos questionamentos a respeito do texto do livro “Mensagens Escolhidas” analisando, primeiramente, alguns princípios importantes sobre a música. Assim o texto poderá ser mais bem compreendido, em seu contexto.

Alguns Conceitos de Ellen White sobre Música

1) Para ela, a música sempre teve um propósito santo: “Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus”. Patriarcas e Profetas, pág. 594.

2) Ellen White considerava a música tão importante quanto a oração: “Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. De fato, muitos hinos são orações…” Educação, pág. 168.

3) Tal autora gostava de qualidade: “… A música deve ter beleza, emoção e poder…” Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 457.

4) Segundo White afirma, o louvor só é aceito por Deus se a vida de quem canta é consagrada:

“A música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado, e enternecido e santificado por sua docilidade. Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir melodia ao Senhor, em seu coração. Estes foram ‘após seus ídolos (Ezequiel 6:9)’.” Carta 198, 1899. Ela também nos conta que a música fazia parte da vida de Jesus: “Jesus entretinha em cântico comunhão com o Céu”. O Desejado de Todas as Nações, pág. 73. A Bíblia confirma que Cristo gostava de cantar: “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.” Mateus 26:30.

5) A Sra. White era a favor do uso de instrumentos, sem classificá-los seletivamente: “Seja introduzido na obra o talento do canto. O emprego de instrumentos de música não é de modo algum objetável. Os mesmos eram usados nos cultos nos tempos antigos. Os adoradores louvavam a Deus com harpa e com címbalos, e a música deve ter seu lugar em nossos cultos. Isto acrescentará o interesse nos mesmos.” Evangelismo, pág. 150.

6) Ela dizia que os instrumentos não devem ser tocados de qualquer jeito: “Nas reuniões realizadas, escolha-se um grupo de pessoas para tomar parte no serviço de canto. E seja este acompanhado por instrumentos de música habilmente tocados.” Testimonies, vol. 9, págs. 143, 144; Citado no Manual da Igreja, ano 2000, pág. 72. Entretanto, a melodia da voz é mais valiosa que todos os instrumentos: “A voz humana que entoa a música de Deus vinda de um coração cheio de reconhecimento e ações de graças, é incomparavelmente mais aprazível a Ele do que a melodia de todos os instrumentos de música já inventados pelas mãos humanas”. Carta 2C, 1892.

7) A irmã White afirmou que há músicas que desagradam a Deus e profetizou que, nos últimos dias, a música será usada de maneira errada para nos afastar do Criador: “Exibição não é religião nem santificação. Coisa alguma há, mais ofensiva aos olhos de Deus, do que uma exibição de música instrumental, quando os que nela tomam parte não são consagrados, não estão fazendo em seu coração melodia para o Senhor. A mais aprazível oferta aos olhos de Deus, é um coração humilhado pela abnegação, pelo tomar a cruz e seguir a Jesus. Não temos tempo agora para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos. É preciso íntimo esquadrinhar do coração. Necessitamos, com lágrimas e confissão partida de um coração quebrantado, aproximar-nos mais de Deus; e Ele Se aproximará de nós.” Review and Herald, 14 de novembro de 1899.

“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo.

“O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo. É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo… Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente.” Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 36, 37.

E é da leitura da frase “Haverá gritos com TAMBORES, música e dança…”, no primeiro parágrafo deste último texto, que surge o questionamento sobre o uso de instrumentos de percussão.

Esse Texto foi Redigido Para Condenar a Bateria?

No texto supracitado (onde destacamos os tambores) ela estaria atacando a bateria, como pensam alguns? Se o estiver, está atacando os gritos, a bateria, a dança e A PRÓPRIA MÚSICA também, pois as quatro coisas estão no mesmo contexto!

Logo, chegamos a outra pergunta: Foi somente o uso do instrumento de percussão que Ellen White condenou sobre a adoração em Indiana, no final do século 19? A resposta é óbvia: Ela não estava fazendo um documento sobre um instrumento musical em si, nem mesmo sobre a música somente. Estava analisando o todo de um contexto de adoração, e nesta análise, na mesma frase, ela não condenou somente os tambores, mas também os gritos, as danças e a música. Portanto, para sermos coerentes, se fôssemos eliminar os tambores baseados somente nesta frase, deveríamos eliminar também até a própria música, pois “música” é um dos quatro itens da frase. Isso é um próprio argumento dela, no mesmo texto, quando escreveu: “é melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi apresentado em janeiro último…” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 36).

É importante ressaltar que ela está preocupada com a soma de todas essas coisas. Logo, se quando a bateria estiver sendo usada na sua igreja, estiverem também ocorrendo danças e gritos, tal adoração musical estará chegando perto da preocupação de Ellen White. Mas o problema é que a soma não era apenas desses quatro itens. Tem mais.

Olhando o texto como um todo, temos que ser honestos em admitir que Ellen está sendo contra os cultos BARULHENTOS com qualquer tipo de instrumento e danças (que não são relacionadas àquelas danças praticadas pelos hebreus). Precisamos ter cuidado para não fazermos Ellen White dizer o que queremos, e muito menos achar que a música é uma questão de pouca importância, pois o Diabo se aproveitará dela para levar muitos à perdição eterna!

O que White condenou foi um contexto litúrgico que, por sua ideologia, levava à maneira errada como a música foi usada. “Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma benção” (Idem). Veja como aquele culto era diferente do que têm sido os nossos cultos: “Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música…” (pág. 37). A preocupação deste texto vai ao sentido de que (antes de nos preocuparmos em julgar determinada música ou instrumento) a primeira análise é observar se está havendo algazarra e confusão na execução de tal adoração musical. Veja a continuação da mesma frase citada acima: “…tal música, a qual, se devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus” (Idem). Logo, o problema não era a música, mas o modo de conduzir, não somente ela, mas todo o contexto de adoração. “Satanás fará da música um laço, pela maneira que é dirigida” (pág. 38), e não por que é acompanhada por instrumento de percussão.
Aquilo que poderia ser usado para o bem, passou a ser usado para o mal. O instrumento de percussão, que por si mesmo não tem nada de mal, só teve a infelicidade de estar fazendo parte do mesmo contexto onde se fazia presente uma lista enorme de coisas erradas. Leia o texto de forma mais ampla, no volume dois do “Mensagens Escolhidas”, páginas 31 a 39. Você verá que no problema da condenação também estavam as doutrinas falsas, o fanatismo, o espiritismo, a excitação (estase), o perfeccionismo (doutrina dos hereges pós-lapsarianos), a heresia doutrinária conhecida como “carne santa”, os pulos, os tumultos, as mentes desequilibradas, as loucuras, os falsos movimentos, etc. Nota: o pós-lapsariano crê que a natureza de Jesus era igual à de Adão após a queda. Logo, de acordo com tal crença distorcida, se Ele, um homem de natureza caída, viveu sem pecado, nós temos que viver absolutamente sem pecado também. Isto é contrário ao que a Bíblia ensina sobre santificação e salvação. E por incrível que pareça, os hereges pós-lapsarianos carregam consigo, até hoje, uma forte ênfase na preocupação com os assuntos musicais na adoração. E adoração misturada com heresia é um caso sério.

Na página 37, a autora diz que “nenhuma animação deve ser dada a tal espécie de culto”. E aqui cabe uma pergunta: Será que ela queria também eliminar os cultos da igreja? É aí que percebemos que um mesmo instrumento pode ser benéfico ou maléfico. Seria então justo aplicar tal condenação textual para o nosso contexto atual de cultos? Os nossos cultos são uma soma de gritos com tambores, dança, música, heresias doutrinárias, fanatismo, espiritismo, excitação, pulos, tumultos, presença de mentes desequilibradas, loucuras e falsos movimentos? Se sim, não devemos tirar só os tambores de tais cultos, mas sim sair correndo dos cultos, com tambores e tudo!

Alguém poderia dizer: “Bem, ainda não chegamos lá, mas o tambor é o primeiro item nesta direção, por isso devemos evitá-lo.” Se este argumento for válido, a coerência exige, então, que também digamos: “Ainda não chegamos lá, mas a música é o primeiro item nesta direção, por isso devemos evitá-la.”

Então, o que Este Texto Quer nos Dizer?

Precisamos dar o sonido certo à interpretação desse texto para não corrermos o risco de colocar Ellen White contra a própria Bíblia. Nesse verso, a preocupação da Sra. White é com a doutrina da “carne santa”. O movimento fanático chamado “carne santa” afirmava ser possível viver nesse mundo de pecado e nunca mais pecar. Sabemos que essa era a condenação do texto que Ellen White escreveu, pois se perguntássemos a ela: “Sra. White, é possível viver nesse mundo de pecado e nunca mais pecar?”, ela nos responderia que o ensino dado com relação ao que é denominado “carne santa” é um erro. Segundo ela, se esse aspecto de doutrina fosse levado um pouco mais longe, conduziria à pretensão de que seus defensores não podem pecar; de que uma vez que tenham a “carne santa”, suas ações são todas santas. Ainda segundo a autora, todos podem obter agora corações puros, mas não é correto pretender, nesta vida, possuir a carne santa. Ainda no livro Mensagens Escolhidas, neste mesmo capítulo, ela menciona que nossa confiança não está no que o homem pode fazer, mas sim, naquilo que Deus pode realizar pelo homem, por meio de Cristo. E comentando sobre o mesmo assunto, nos Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 114, ela deixa claro que a santificação não é obra de um momento, uma hora ou um dia. É um contínuo crescimento na graça. E enquanto Satanás reinar (até a volta de Jesus), precisaremos subjugar o próprio eu, teremos assaltos malignos a vencer e não haverá lugar de parada – nenhum ponto a que possamos chegar e dizer que atingimos plenitude (Filipenses 3:13-16).

E, quando nos desarmamos dos nossos pressupostos para receber a pura mensagem do sentido hermenêutico correto da interpretação deste texto de Ellen White, que está no livro Mensagens Escolhidas (onde ela cita os tambores), olhando para o texto como um todo, temos que admitir que ela não está discutindo música, e sim a doutrina da salvação e o espírito de adoração. Por isso, é lamentável ver como algumas pessoas que querem defender opiniões pessoais tiram um pedaço do texto do seu contexto e colocam na boca do profeta aquilo que ele não tinha em mente, de modo a expor a igreja como se ela estivesse numa grande confusão. Como diz o ditado: “um texto fora do contexto é um pretexto”.

Observação Etimológica

Muitos que tentam relacionar este texto de Ellen White com o moderno instrumento de percussão chamado “bateria”, recorrem ao uso da palavra inglesa “drum”. Pois, se para o que aparece como “tambores” no texto original em inglês é a mesma palavra inglesa – “drum” – para designar o instrumento que em português seria “bateria”, então Ellen White estaria falando especificamente do instrumento. Acontece que, no contexto deste texto de Ellen White, “drum” jamais pode ser traduzido por “bateria”. Por quê? É simples: A coleção de instrumentos musicais de percussão agrupados para um só instrumentista (percussionista, baterista) executar, que hoje é conhecida como “bateria” (“drum” em inglês), demorou mais de duas décadas para ser inventada, depois que Ellen White escreveu seu texto. Sim, a invenção da bateria aconteceu após 1910. Mas duas décadas antes, a palavra “drum” já existia, significando outra coisa. O “drum” daquela época é o que conhecemos hoje por “bumbo”. Esse tambor grande, usado em fanfarras militares, escolares, de desbravadores, escoteiros, etc. Era ao mau uso deste tambor grande que Ellen White estava se referindo, justamente pelo fato de ele sozinho e mal tocado produzir um som retumbante, que logicamente atrapalhava o bom andamento das reuniões em Indiana.

Discrição e Moderação

Percebemos que uma boa recomendação, no nosso contexto de igreja até o momento, é a de que, se desejada e necessária, a bateria seja usada, de forma adequada (sem tirar a atenção da letra, sem um volume excessivo que agrida os ouvidos, sem deixar que os sons da marcação rítmica sobressaltem-se à melodia ou à harmonia, sem despertar sentimentos exibicionistas, etc.), inclusive em playbacks. A Bíblia tanto aconselha, também, o uso de instrumentos de percussão (Salmo 150:3-5) quanto cita exemplos de que os mesmos eram usados no serviço de adoração da casa de Deus (1Crônicas 25; 2Crônicas 29:25). Cada uma das palavras “címbalos”, “liras” e “harpas” que aparecem em 2Crônicas 29:25 não se referem exatamente a um (ou, no caso da soma, três) instrumento, mas sim, a uma ordem, classe, de instrumentos. Portanto, uma boa tradução deste verso ficaria assim: “O rei posicionou os levitas no templo do Senhor com instrumentos de percussão, instrumentos de sopro e instrumentos de cordas… conforme ordenado pelo Senhor, por meio dos seus profetas”. Ellen White também diz que “não devemos opor ao uso de instrumentos musicais em nossa obra (Testimonies, vol. 9, págs. 143 e 144; citado no Manual da Igreja, edição revisada em 2000, pág. 72)”. Bateria é um instrumento musical.

É importante sermos conscientes que pode acontecer de, em determinados contextos sociais, a presença física e visível desse instrumento dentro da igreja ser negativa, na visão de alguns. Pode ser que a bateria esteja com sua imagem muito deturpada na mente de determinados crentes. Neste caso, talvez eles possam fazer uma associação mental com os shows mundanos, ao ponto de ter sua adoração atrapalhada. Se for assim, talvez seja melhor evitar a presença física de tal instrumento dentro do templo, apenas para que não haja um ruído de comunicação causado pelo visual. Isso ajudaria, didaticamente, a alguns destes irmãos mais fracos firmarem-se no sentimento de que preservamos nossa identidade e de que não desejamos causar escândalo entre a membresia. Esse princípio de evitar o escândalo está em Romanos 14:21, 22 e os filhos de Deus irão segui-lo: “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar [ou se ofender ou se enfraquecer]. A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.”

Também devemos considerar que sons percussivos (marcação do tempo da música) indefinidos (que não dão a marcação no tempo certo) podem não ser tão eficientes no que queremos comunicar numa adoração a Deus. Por isso, é bom que como igreja não tenhamos a intenção de usar instrumentos de percussão com “sons percussivos indefinidos”. O som da bateria precisa ser usado corretamente, pois os sons percussivos marcados no tempo correto, do jeito certo, não atrapalham em nada a adoração. Em todo e qualquer instrumento pode haver percussão! Aliás, todo e qualquer som é percussivo, mas “até no caso de coisas inanimadas que produzem sons, tais como a flauta ou a cítara, como alguém reconhecerá o que está sendo tocado, se os sons não forem distintos? (1Coríntios 14:7)”.

Amigo, se um dia Deus quiser que a presença física do instrumento faça parte da coleção de utensílios usados dentro da igreja que você frequenta, Ele o revelará. Enquanto isso, vale a prudência em respeitarmos a opinião de todos (sem escandalizar os demais – 1 Coríntios 10:32, 33) tendo a consciência de que qualquer instrumento (bateria, violão, piano ou guitarra) pode ser uma bênção ou maldição. Dependerá do uso que faremos de tais instrumentos na adoração.

Avalie a música especialmente pelo que ela produz em você (em nível de sentimentos) e veja se os pensamentos que ela irá despertar em você são os de Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”

Pastor Valdeci Junior e Jornalista Leandro Quadros
Fonte: www.Advir.com.br

Um comentário:

  1. É lamentável vê pessoas de renome, promovendo ideias não condizentes com a Palavra de Deus. Acho que faltou honestidade quando foi falado das palavras "toph" e négeb", pois essas Palavra não tem um único significado.
    O termo toph não está definido como tambores, o Comentário Bíblico Adventista coloca outra opção e não a desqualifica. Nós sabemos que em todas as línguas existem palavras com grafias iguais, mas com significados diferentes, chamadas de homônimos. Portanto, para não haver problemas de interpretação, deve se levar em consideração todo o contexto. Isto é coerência.
    Quanto ao termo néqeb, ele não está definido como pífaros, pelo contrário, existem no mínimo três diferentes significados.
    1. Passagem Subterrânea.
    2. Cavidade onde de colocava a pedra.
    3. Instrumento Musical.
    Levando em conta a coerência no texto, seria bem mais aceitável a interpretação que tof e néqeb se referem a locais onde eram presas as pedras preciosas na vestimenta de Lúcifer, às quais todo o verso se refere.
    De fato, a Nova Versão Internacional traz a seguinte versão para Ezequiel 28:13:
    “Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições eram feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você foi criado.”
    Estarei orando por esses irmãos. Que o Senhor os fiéis!

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